6 LIÇÕES DO RAÇA NEGRA SOBRE MICROCOPY E O AMOR.

Que lindo! O Dia dos Namorados está chegando e você vai celebrar com seu mozão.

Vinhozinho, beijinhos e pagodjé 90´s na vitrola.

#sqn

Pois é, quando o assunto é vida amorosa, a resposta de alguns UX Writers é homônima a um famoso livro de design:

Não me faça pensar.

Afinal, como diz aquele ditado, quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece.

Você tentou, eu sei.

Nos últimos 365 dias você caprichou em seus “chatbots” no Whatsapp.

E os usuários – conhecidos como crushes – fizeram o que fazem de melhor: te ignoraram.

Para ajudá-lo, selecionei 6 dicas de quem mais entende de amor. E também de microcopy.

Eles.

Mais influentes que a Kinneret Yafrah.

Mais acessados que o guia de estilo do Mailchimp.

Com vocês, Raça Negra.

1 – Seja  Breve.

O crush está monossilábico?

Ótimo.

Faça o mesmo com quem não quer nada com você.

Nesses casos, nada melhor do que uma microcopy bem curtinha.

Como não fazer:

Aprende com o Raça Negra:

2 – Use Charme.

Sim, a redação pode ser micro, sem deixar de ser charmosa.

Seja na interface digital, seja com seu crush.

Infelizmente, muitos UX Writers não entendem isso.

E você aí, sempre mandando aquele “bom dia” sem graça.

Que coisa chata!

Pior do que isso, só “clique aqui”.

Como não fazer:

Aprende com o Raça Negra:

Sentiu a pegada, né?

3 – Seja Casual

Uma boa microcopy fala a língua dos usuários….ops, crushes!

Nada de dificultar as coisas.

A pessoa já tem tarefas demais, incluindo segurar essa barra que é gostar de você.

Portanto, facilite as coisas.

Lembre-se: você escreve para o outro entender.

Como não fazer:

Aprende com o Raça Negra:

4 –  Ação é fundamental.

No microcopy, toda palavra tem um propósito.

É como se fosse um amigo a pegar na mão de outro, e servir de guia em uma interface digital.

Aliás, poderia ser a mão do seu crush.

Por isso, seja claro, e nada de ficar cheio de manias.

Como não fazer:

Aprende com o Raça Negra:

5 – Responda às necessidades dos usuários com antecedência.

Se o seu microcopy antecipa as dúvidas dos usuários, provavelmente eles terão mais confiança ao usar o seu produto digital.

Nos casos em que é necessário cadastrar o cartão de crédito, por exemplo, mostre quanto antes que nada será cobrado naquele momento.

O mesmo vale para os crushes.

Assim, eles não ficam sem saber o que fazer.

Como não fazer:

Subentendido?

Não, isso não é UX Writing.

Ensine, mestre.

6 – Seja autêntico

Sua mãe já disse: você não é todo mundo.

Por isso, a microcopy deve ter um tom exclusivo.

Já pensou acessar o app do Itaú e encontrar o mesmo texto do app do Bradesco?

Péssima ideia.

Com crush é a mesma coisa.

Ao escrever, não deixe a pessoa num tédio total. Isso é mau.

Como não fazer:

Aprende com o Raça Negra:

Referência toda dengosa

What Is Microcopy? And How To Do It Like A Boss

The Devil is in the Details: A Guide to Microcopy

What Is Microcopy? A Guide for UX Designers and Digital Marketers

Getting Started with MICROCOPY & UX WRITING

UX Writing: Creating Microcopy That Speaks to Users

Usando os microtextos a favor da experiência do usuário

5 Ways To Prevent Bad Microcopy

How to Write Better Microcopy to Improve Your UX – Proposify Biz Chat

Microcopy: O que é e como pode ajudar empresas a ganharem mais dinheiro?

4 testes para UX Writing que você precisa conhecer – Parte 2

No post anterior, fiz a breve descrição sobre os testes A/B, Cloze, Highlight e de Interpretação. Dessa vez, selecionei outras quatro ferramentas para avaliar o UX Writing.

15 second test

O nome já diz tudo. No 5 second test, um grupo de pessoas é convidado a olhar para uma interface digital por apenas cinco segundos. A finalidade é saber quais informações os usuários conseguem absorver.

Eles podem falar o que desejarem, seja sobre o design, seja sobre o texto. Além disso, no 5 second test, o ideal é aproveitar o “efeito surpresa”. Por isso, evite dar informações sobre o teste. Apenas convide as pessoas e o execute.

Você pode ainda preparar um questionário, de acordo com as informações desejadas.

Perguntas mais frequentes no 5 second test.

  • Esta página é sobre o quê?
  • Que serviço/produto essa empresa oferece?
  • Quais suas primeiras impressões sobre esse site?
  • O que mais chamou a sua atenção?
  • Quais palavras do texto você lembra?

2 – Card Sorting

Uma das ferramentas de pesquisa mais utilizadas no UX. Por meio do card sorting é possível saber como o usuário entende e organiza as informações.

Como funciona?

Executar o card sorting é simples.

Mostre para um grupo de pessoas um conjunto de cards, em que cada um deles represente um item ou conceito. O objetivo é entender como cada indivíduo organiza a informação.

Exemplo:

_ Pense nos seguintes cards: Flamengo | Corinthians | Ferrari | Mclaren

_ Peça aos participantes para colocarem na mesma categoria os cards que têm algo em comum.

_ Após organizados, solicite a eles que defina um nome para cada categoria.

Quando usar?

  • Para definir as seções de um site;
  • Entender como os usuários gostariam de ver essa informação organizada;
  • Melhorar um site já existente, de acordo com a experiência das pessoas.

3 –  Tree Testing

Este teste é o inverso do card sorting. Nele, você apresenta o menu de um site, e pede ao participante que encontre uma informação específica.

Exemplo:

_ Imagine criar um menu para o globoesporte.com.

_ Apresente o seu projeto, e peça para uma pessoa encontrar a página exclusiva do clube Real Madrid.

_ Com isso, você consegue analisar exatamente a jornada dos usuários, desde a abertura do menu até acharem a informação solicitada.

Vantagens

  • Ideal para identificar problemas na arquitetura de informação;
  • Após o teste, é possível indicar melhorias, e assim tornar a busca do usuário ainda mais rápida e fácil.

4 – Reaction Card.

Se alguém fala “LinkedIN” para você, que palavras vêm à sua mente?

“Vagas”; “Conexão”; ”Aprendizado”.

As possibilidades são quase infinitas.

Por isso, perguntar para as pessoas o que elas acham do seu produto ou serviço pode ser um ótimo ponto de partida para melhorar a experiência delas.

Como funciona?

Criado pela Microsoft, o reaction card é uma lista de 118 palavras que podem ser usadas para definir um produto. A lista inclui tanto palavras positivas como negativas.

O ideal é permitir que o participante escolha cinco palavras para cada produto/item. Assim, partir dessa seleção, você pode ajustar o seu conteúdo.

Em Inglês, parte da lista de palavras do reaction card.

Referências:

Capturing user feedback with Microsoft’s product reaction cards

Tree testing 101

Card sorting and tree testing: how do they work together?

Card Sorting 101

Five Second Test

5-Second Usability Test

Five second tests

11 regras para um UX Writing ainda melhor.

É sempre bom desconfiar de quem fala em regras para determinado assunto. Muitas das inovações vistas pela humanidade aconteceram quando alguém resolveu quebrar normas preestabelecidas. Para o UX Writing, talvez a revolução possa demorar. A área é muita nova, e ainda está na fase de fortalecer os pilares. Por isso, a missão deste texto é apresentar dicas já testadas e muito eficientes para o dia a dia de um UX writer.

Em um futuro próximo, sem dúvida, o UX Writing apresentará novas possibilidades. A certeza de hoje pode ser o engano de amanhã. Use as recomendações abaixo sem moderação. Ao quebrá-las, sinta-se à vontade para compartilhar.

1 – Corte as palavras.

Texto com quatro palavras. Pode ter três. Talvez duas. Uma.

Faça o usuário entender o máximo ao ler o mínimo. Afinal, esse é um dos princípios do UX Writing: seja conciso.

2 – Seja Positivo.

Será menos frustrante mostrar o que a pessoa pode fazer, e não o inverso.

3 – Foco.

Se falta tempo para você, imagine para a pessoa que usa seu site ou app. No UX Writing, dê preferência à voz ativa.

4 – Use numerais.

Qual informação é mais rápida e fácil de absorver?

É autoexplicativo, certo?

5 – Comece pelo objetivo.

Em UX Writing, inicie o texto pelo objetivo, e não pelo caminho necessário até alcançá-lo.

6 – Seja Consistente

Um texto com muitas palavras repetidas pode ser sinal de péssimo jornalismo. Por outro lado, essa regra pode – e deve – ser quebrada no UX Writing.

Confira o exemplo do app do Itaú.

Abaixo, na imagem à esquerda, está a tela original. Veja como as palavras “agência” e “conta” se repetem, sem nenhum prejuízo para a pessoa que usa o aplicativo. Clareza é fundamental.

Já na imagem à direita, em um exemplo com texto diferente, não há nenhum benefício para a usabilidade. Lembre-se, ninguém abre um aplicativo para ler escrita UX. Por isso, se a repetição de certa palavra ajudar uma pessoa, a escreva quantas vezes for necessário.

7 – Ajuste a microredação ao design.

Que tal usar um caso bem batido?

Para interfaces digitais, veja o exemplo:

8 – UX Writing, sem deixar de ser copywriter.

Ao fazer certos botões, como para fechar uma venda, o seu call to action necessita ser atraente o bastante para os clientes. Para aumentar a conversão, a microredação pode ser a melhor aliada.

Em outros casos, você pode mudar apenas o design, sem trocar as palavras.

9 – Entendeu ou quer que o UX Writing desenhe?

Já diz o ditado: uma imagem vale mais do que mil palavras. Sim, os seres humanos são muito visuais. Por isso, para facilitar a jornada de uma pessoa pelo app ou site, utilize elementos gráficos quando achar necessário.

Veja, abaixo, o exemplo do Google Notícias. O texto, além de orientar a configuração, apresenta ícones para facilitar a jornada da pessoa que usa o serviço.

10 – Reescreva.

Seja na literatura, seja no UX Writing.

Escrever é reescrever.

11 – Use o vocabulário da pessoa que irá ler seu texto.

Uma dica interessante é consultar fóruns de discussão e áreas de comentários em sites ou aplicativos usados pelo seu público-alvo. Além de ser um método de pesquisa sem custos, é uma excelente fonte para escolher o vocabulário mais adequado ao projeto de UX Writing.

Referências:

The technical side of UX Writing

16 Rules of Effective UX Writing

18 Best Tips to Improve UX Writing

3 Microcopy Rules Every UX Writer Must Know

14 Rules of UX Writing

15 tentativas fracassadas de explicar o UX Writing em festas [Artigo Traduzido_Steve Howe]

1. O Simplificador

“Sou UX writer.”

“O que é isso?”

“Você conhece aplicativos?”

(risadas) “Sim, eu conheço aplicativos.”

“Qual é o seu aplicativo favorito?”

“Bem, eu assino o New York Times, eu uso isso bastante.”

“Certo. Bem, no seu aplicativo do New York Times, há muitas palavras.”

“Sim. Ahh, você escreve artigos? Você é jornalista?

“Umm não. Por exemplo, provavelmente há um menu de navegação no seu aplicativo do New York Times “.

“O que é isso? Menus? Você é crítico de restaurantes?

(cara de tacho)

2. O Negador

“Eu sou um escritor.”

“O que você escreve?”

“Histórias curtas, principalmente. Eu me envolvo em poesia. E escrevi um romance, mas infelizmente é necessária uma boa edição antes que veja a luz do dia.”

3. O Enigma

“Eu sou um escritor.”

“O que você escreve?”

“Coisas para a internet.”

“Ah, como o quê?”

“São aqueles mini quiches?”

4. O Enchedor de Linguiça

“Sou UX writer.”

“O que é isso?”

“Bem, eu trabalho em estreita colaboração com pesquisadores e designers UX durante todo o ciclo de vida do design do produto – desde o wireframe inicial até a prototipagem e iterações de alta fidelidade. Sou responsável pela estratégia de conteúdo, o que significa definir a AI (arquitetura de informação) do nosso produto, manter nossas diretrizes de voz e tom e, produzir conteúdo pronto para localização, otimizado para SEO e focado no usuário. Ah, e não me inicie no nosso SGC (sistema de gerenciamento de conteúdo)! Muitos projetos em diferentes áreas nesse momento.”

“Certo.” (olha fixamente para o copo de vinho)

Você quer dizer que nunca viu um mapa de jornada do usuário antes? Photo by NEW DATA SERVICES on Unsplash

5. O Preguiçoso

“Sou UX writer.”

“O que é isso?”

(passa o telefone) “Aqui, assista a este vídeo.”

6. O Assassino da Conversa

“Sou UX writer.”

“O que é isso?”

“Você já esteve na Internet e recebeu uma mensagem de erro?”

“A senha deve ter 8 caracteres, esse tipo de coisa?”

“Sim. Então eu escrevo isso.

“Oh.”

“Sim.”

“Legal.”

7. O Resmungão

“Sou UX writer.”

“O que é isso?”

“Na real, o que não é? Eles me chamaram para fazer tudo. Quero dizer, o nome do meu cargo é UX writer – foi assim que me contrataram. Mas agora estou fazendo todos os posts, conteúdo do blog e campanhas de e-mail marketing. Estou um pouco cansado de “

“- desculpe, eu acabei de perceber que deveria ajudar com a … cozinha. O bolo.”

8. O Caçador

“Sou UX writer.”

“O que é isso?”

“Por quê? Você está contratando?

9. O Cenário Macro

“Sou UX writer.”

“O que é isso?”

“Você já ponderou sobre o futuro da interação máquina-humano? Como será a aparência – ou devo dizer, a sensação?

“Er …”

“Isso realmente torna as nossas tentativas de nos agarrarmos a alguma essência de linguagem bastante fúteis”.

10. O Esnobe

“Sou UX writer.”

“O que é isso?”

“Eu poderia explicar, mas é muito técnico para pessoas como você.”

11. O Metidão

“Sou UX writer.”

“O que é isso?”

“Eu escrevo coisas bemmmm engraçadas em páginas da web.”

“Você escreve piadas?”

“Eu não os chamaria de piadas, por si só. Escrevo pequenos pedaços divertidos de microcopy para injetar alegria no seu dia miserável.

“Oh, como o Mailchimp! Eu amo aquela frase quando …”-

“Acho que você achará minhas coisas muito mais engraçadas que o Mailchump.”

(remexe na bolsa) “Aqui, imprimi meu portfólio. Vamos encontrar uma cadeira.”

“Eu diria que sou mais um comediante que fax escrita UX nas horas vagas.” Screenshot do Google Fotos, quando você clica com o botão direito do mouse em qualquer vídeo.

“12. O Farsante

“Sou escritor de UX.”

“Oh bom! Precisamos de um UX writer. Quais ferramentas de colaboração você está usando atualmente com designers?”

(recua)

13. O Cheio de Desculpas

“Sou UX writer”

“O que é isso?”

“Bem, é um pouco bobo, na verdade. Eu trabalho para uma empresa e temos um aplicativo. O aplicativo é um pouco frívolo, se você me perguntar. É para pessoas ricas que querem contratar cães por hora. Na verdade, eles não querem o aborrecimento de possuir um. De qualquer forma, sou o cara que escreve todo o conteúdo que aparece no aplicativo. Por exemplo, quando você faz login pela primeira vez, há um guia para escolher seu primeiro cão, por exemplo. Quero dizer, quem sabia que havia um emprego para isso? Eu apenas caí nele. Vou fazer isso um pouco e depois encontrar um emprego de verdade. Os robôs provavelmente farão isso melhor do que eu em breve! Ha!

“Boa sorte com isso.”

Sim, obrigada. E você mais cedo disse que é assistente social? “

“Isso foi a Maive. É fácil nos confundir. Não, acabei de assumir o negócio de óleo de coco da mamãe. “

Ah.

“Para cães.”

Ah.

14. O Não Desenvolvedor

“Sou UX writer”

“O que é isso?”

“Eu gerencio e escrevo o conteúdo que aparece em nosso aplicativo.”

“Oh, como um desenvolvedor?”

“Não.”

15. O Bêbado

“DEUS! Não podemos passar cinco minutosssss sem saber o que fazemoooooos ou o que nós somossssssss?” (começa a dançar)

O alívio

“Sou UX writer”

“Não acredito! Sou UX writer”

(abraços)

“Agora, onde você está no dashboard?”

Texto original escrito por Steve Howe

Título Original: 15 failed attempts at describing UX writing at parties

UX writing. Agora, vital para designers [Artigo Traduzido_Stephanie Van Ness

Os empregadores esperam que os designers UX tragam consigo habilidades de codificação, negócios e liderança, além das mais recentes habilidades de design. Agora, os designers estão sendo solicitados a ampliar ainda mais suas principais competências para incluir o UX writing.

Se você deseja criar dispositivos muito legais de IoT (Internet das coisas) e aplicativos, desde roupas que fazem relatórios sobre a saúde de quem as usa e até chatbots de atendimento ao cliente, é essencial projetar uma ótima experiência do usuário (UX). Tradicionalmente, isso envolveu a pesquisa de usuário, a criação de wireframes, a criação de elementos visuais e a conclusão de outras tarefas de “design”. Mas há um aspecto dessa ótima experiência do usuário que geralmente é negligenciada – ou pelo menos subestimada – mesmo que ela tenha um papel enorme no sucesso do produto.

A que estou me referindo? A escrita. Todos esses pedacinhos de copy que levam uma pessoa à experiência de usar um dispositivo. Sim, o UX ainda é predominantemente um conceito de design. Mas o UX writing – copy em formato curto, com foco apenas em aprimorar a interação do usuário com um dispositivo, tornando-a agradável, sem esforço e sem atrito – também desempenha um papel fundamental.

Ux Writing é uma Unicorn Skill*

*Unicorn é o termo utilizado para identificar um UX designer que possui diversas habilidades, como saber programar, dominar softwares como Photoshop e Illustrator, conhecer sobre marketing, e sobre usabilidade e psicologia.

Embora as palavras possam ser tão potentes quanto outros elementos visuais, muitos designers relutam em desenvolver suas habilidades de escrita. No entanto, as atuais tendências de design digital priorizam linhas limpas e palavras limitadas – uma estética defendida na comunidade de design UX – , mostrando que essas palavras têm um grande valor.

Em seu influente relatório Design in Tech, John Maeda, chefe global de design e inclusão computacional da Automattic, chama o UX writing de uma “habilidade de unicórnio” – possuída por raros designers, mesmo que seja uma habilidade que mais e mais empresas procuram. (Uma rápida varredura no Indeed.com enquanto escrevo esse post revela mais de 600 vagas para UX writers em empresas como Apple e Uber.) “Muitas vezes os designers não sabem que palavras são importantes”, disse Maeda. Ele sugere que “uma dependência excessiva da interface” levou à negligência da escrita como uma habilidade de design.

Mas é realmente esperado que os designers possuam o calibre necessário das habilidades de escrita – a capacidade de criar uma copy clara, concisa, útil – tão necessária para aprimorar a experiência do usuário?

A resposta, de acordo com Jeff LeBlanc, diretor de UX Design da ICS e da Boston UX, é sim. E não. “Muitas empresas agora esperam que seus designers tenham pelo menos proficiência básica em UX writing”, disse ele. “A mudança na profissão de design está se acelerando à medida que mais empresas adotam o UX como uma maneira de diferenciar seus produtos e superar a concorrência. Por sua vez, os designers precisam expandir seus repertórios para serem os mais valiosos possíveis para a equipe. Uma maneira que os designers com proficiência em UX writing podem ajudar é traduzindo o linguajar de programadores, por exemplo, ao escreverem mensagens de erro úteis e com foco no usuário.”

O papel dos especialistas

Mas é esperado que os designers cheguem apenas até certo ponto como escritores. Como qualquer pessoa que já colocou caneta no papel (ou dedos no teclado) sabe, é muito mais difícil escrever curto do que longo. A fala seguinte é geralmente atribuída a Mark Twain: “Se eu tivesse mais tempo, teria escrito uma carta mais curta”. Por esse motivo, muitas empresas estão contratando especialistas em UX writing – escritores profissionais especializados em UX, em vez de designers tentando “jogar nas 11” – e incorporando-os em suas equipes de design de UX / UI.

“Esperamos que nossos designers sejam capazes de lidar com grande parte da escrita básica necessária para dar suporte a nossos projetos, como criar mensagens de erro e botões”, disse LeBlanc. “Mas existem projetos que exigem mais escrita, e para esses incorporamos uma equipe exclusiva “.

Uma copy poderosa, mas minimalista, é fundamental para uma ótima experiência do usuário. É o que dá vida a um produto e garante que o processo de interação com um produto digital não seja confuso ou frustrante. Embora a identidade visual ainda conduza essa experiência, as palavras também precisam estar na pauta, não em uma reflexão tardia. Hoje em dia, ter UX writer – seja um escritor profissional especializado em plataformas on-line ou um designer com essa habilidade – é essencial.

A sua equipe já tem um?

UX Writing: os 5 W’s da microcopy [Artigo Traduzido_Abigael Donahue]

Pense nas palavras que você vê na tela do computador. Como a mensagem de boas-vindas ao fazer login em uma conta online. Ou as pequenas palavras de segurança ao inserir seu endereço de e-mail em um formulário on-line: Não se preocupe. Não compartilharemos suas informações com ninguém. É nosso segredo.

Essas palavras importam.

Elas afetam a maneira como as pessoas pensam e sentem ao interagir com um produto. Elas também têm o poder de orientar os usuários através de um produto, ensiná-los como as coisas funcionam, e até incentivá-los a experimentar novas ferramentas. Essas palavras na interface do usuário (UI) são um dos muitos aspectos que contribuem para a experiência do usuário (UX).

UX writing refere-se à criação dessas palavras. Elas costumam ser chamadas de microcopy

Embora possa ser considerada uma “nova tendência” no mundo da tecnologia, a microcopy já existe desde as primeiras interfaces de usuário. Apenas nunca recebeu a atenção que merecia até os últimos anos.

Mas ainda é um novo conceito para a maioria das pessoas. Então, vamos analisar os 5 W da microcopy: quem (who), o que (what), onde (where), quando (when) e por que (why).

1. Quem escreve microcopy?

Muitas pessoas.

O UX writing é altamente colaborativo. Envolve escritores (é claro), bem como pesquisadores, designers, desenvolvedores, estrategistas, entre outros que estão em busca de criar uma experiência notável para os usuários.

Pessoas com habilidades únicas – habilidades que muitas vezes são vistas como “incompatíveis” com outras – prosperarão no UX writing: um artista técnico, um escritor analítico ou um criativo estratégico. O UX writing é onde o cérebro esquerdo encontra o direito.

Algumas empresas têm UX writers em tempo integral, e outras não. Em vez disso, os UX designers com talento para escrever podem colocar suas habilidades para trabalhar com as palavras. Vamos ouvir alguns UX designers sobre como eles criam microcopy:

“Nas chamadas ou conversas de pesquisa com usuários, eu tento entender a linguagem que eles usam frequentemente. Essa linguagem deve ser incluída em nossos aplicativos. Se os usuários não entendem um termo usado na interface, não é o termo correto para o contexto.

– Rachael Petrie, Designer de Interação na Red Hat.

“Descobri que é comum fazer perguntas sobre ideias complexas com as equipes de desenvolvimento até que você possa destilar essas ideias em explicações sucintas para os usuários. É o mesmo processo que usamos para criar a interface do usuário! “

Catherine Robson, Gerente de UX Design da Red Hat

Assim como as cores, o layout e a funcionalidade, a microcopy faz parte da experiência geral do produto.

2. Com o que se parece o microcopy?

Qualquer coisa e tudo.

O estilo, a voz e o tom da microcopy depende amplamente do público e de como marca se comunica. Portanto, não existe realmente uma abordagem “tamanho único”. Existem, no entanto, algumas práticas gerais recomendadas, como:

  • Seja claro, conciso e consistente.
  • Seja útil.
  • Seja acessível.
  • Seja humano.

Confira mais dicas no PatternFly.

Embora o microcopy pareça diferente dependendo do contexto, uma coisa é certa: ele precisa ser apoiado pelo raciocínio – não apenas pela sua opinião pessoal sobre o que “soa bem”.

Esse raciocínio pode vir na forma de teste do usuário. Os designers de UX geralmente validam designs de produtos com testes de usabilidade, e as palavras fazem parte desses designs. Os comentários dos usuários podem melhorar o design do produto e a microcopy, que devem ser levados em consideração antes do lançamento do produto final.

O teste do usuário não é uma opção? Tudo bem. Existem outras maneiras de mostrar o valor do seu microcopy.

Por exemplo, talvez suas palavras estejam alinhadas com as práticas recomendadas de acessibilidade. Talvez sua microcopy seja composta por palavras familiares e comumente usadas, e assim todos os usuários podem entender. Ou talvez, sua microcopy incentive os usuários a agir – como quando um simples ajuste da microcopy no Google aumentou o envolvimento do usuário em 17%.

3. Onde está a microcopy?

Em toda parte.

A microcopy é oferecidA em todas as formas e tamanhos. Você pode ver a microcopy na forma de mensagem de erro, mensagem de boas-vindas, formulários, menus, notificações de êxito / falha, texto de botão e muito mais. Algum destes parecem familiar?

Microcopy. Todos elas.

4. Quando é criado a microcopy?

De preferência, logo nos estágios iniciais do design do produto.

Antes de criar qualquer design, um UX writer trabalha em estreita colaboração com uma variedade de pessoas, como pesquisadores e designers, para entender o usuário, o processo de design e qualquer outra informação que ajude a moldar a experiência do usuário.

Além disso, a escrita pode ser outra maneira de melhorar o design do produto. Se um design é muito difícil de explicar com palavras, ele ainda pode precisar de algum trabalho. É semelhante à maneira como os desenvolvedores de UX podem resolver problemas de design. Se um design é muito difícil de construir, pode precisar de alguns ajustes.

Os UX writers também podem estar envolvidos em outros estágios, se não todos.

“O suporte ao conteúdo é útil em todas as etapas! Em pesquisa e design, profissionais de conteúdo devem informar todo o texto da interface do usuário. No desenvolvimento, se a interface do usuário mudar rapidamente, é útil ter especialistas em conteúdo para dar suporte a essas alterações! ”

Rachael Petrie, Designer de Interação na Red Hat

Para encurtar a história: o UX writing pode acontecer a qualquer momento e em qualquer lugar.

5. Por que a microcopy é importante?

Eu tenho muitos motivos para listar aqui, por isso vou ser breve.

Usuários de software são pessoas. Eles precisam de um produto que atenda a sua finalidade e facilite a vida. Eles não querem se sentir frustrados, ansiosos ou assustados. As palavras certas – juntamente com a pesquisa, o design e o desenvolvimento correto – podem transformar um produto em uma experiência envolvente, intuitiva e até divertida.

Além disso, o microcopy traz dinheiro.

Sério? Quanto?

Há várias maneiras!

  • Uma boa microcopy facilita para os usuários concluir ações, como fazer compras ou se registrarem.
  • Uma boa microcopy incentiva os usuários a experimentar novas áreas de um produto, aumentando a atividade e a retenção do usuário (e até o levando a fazer um upgrade).
  • Uma boa microcopy pode criar uma experiência que os usuários adoram tanto que espalham a palavra para seus amigos (marketing boca a boca = $$$).

A lista continua…

Portanto, na próxima vez em que você vir uma redação em um aplicativo que faça você rir, responder à sua pergunta ou levá-lo para onde você precisa, reserve um momento para apreciar o escritor por trás dele.

Artigo original escrito por Abigael Donahue

Original em Inglês: UX writing: The 5 W’s of microcopy

O Enigma do UX Writing [Artigo Traduzido_Ben Hersh]

Lições de biscoitos da sorte, contos de fadas e neurociência.

O biscoito da sorte não é um biscoito comum. Não tem pedaços pegajosos, glacê decorativo e outros exageros típicos do mundo da confeitaria. Ele carrega uma certa dignidade e graça. Um arco suave e uma “dobrinha”que indicam como segurá-lo e dividi-lo ao meio.

Ele tem uma história para contar. Não seria um exagero chamá-lo de um projeto de design. De fato, os biscoitos da sorte foram inventados por um designer – Makoto Hagiwara, o arquiteto paisagista e patrono por trás do icônico Japanese Tea Garden, em São Francisco.

Por mais brandos que possam ser, algo especial acontece quando você os come entre amigos. É impossível não compartilhar com eles o que está escrito no papel. Apenas algumas palavras são suficientes para transformar os biscoitos em uma experiência compartilhada, um ritual que encerra uma refeição com outras pessoas e ainda diz algo para você. Os biscoitos da sorte também têm algo a nos ensinar sobre design: as palavras importam.

As palavras são importantes porque elas são como nós pensamos. As palavras são como entendemos o mundo e nos relacionamos uns com os outros; elas são um elemento fundamental ao design. Acredite ou não, a escrita em si foi inventada em prol do design.

Acima, você pode ver um objeto de argila usado por nossos ancestrais distantes no Oriente Médio. É algo como um cofrinho. Ele contém “moedas” e você precisa abri-lo para ver o que tem dentro. Em algum momento, um inteligente Designer UX neolítico colocou marcas do lado de fora. Assim, ficou mais fácil para que outra pessoa pudesse saber o que havia lá dentro sem a necessidade quebrá-lo.

Seis mil anos depois, o Google é o site mais popular do mundo. A página de resultados é construída no mesmo padrão de interação que o vaso de argila. A escrita informa o que está do outro lado.

Essa ideia me cativou. Eu queimei um monte de livros e reduzi minhas anotações a três ideias simples. Eu as achei úteis para entender meu próprio trabalho e gostaria de compartilhar o que aprendi com o tempo.

Primeiro, seja claro. Segundo, seja um amigo. E terceiro, seja expressivo.

Essas ideias nos fornecem uma estrutura para que possamos começar a articular o que significa criar com a voz “falada” de um produto em mente.

Achei útil visualizar uma hierarquia de necessidades. Cada camada suporta as que estão acima, e amplifica as que estão abaixo. A clareza é a base, e uma condição necessária para as outras. Se alguém não consegue entender o que você está dizendo, é melhor não dizer. Empatia se refere ao seu relacionamento com o usuário, pois a maioria das interfaces se resume a uma conversa entre vocês dois. Você deve desempenhar o papel de um amigo gentil e solidário, que está lá para ajudar a realizar uma tarefa. Ser expressivo é moldar o tom e o timbre da voz de um produto por meio de escolhas de design intencionais. Não é essencial, mas pode melhorar a experiência de alguém de maneira significativa.

Seja claro.

Isto é mais complicado do que parece.

Vamos jogar um jogo. Eu irei compartilhar duas citações representando figuras políticas opostas em uma eleição recente. Veja se você consegue adivinhar quem ganhou com base apenas na linguagem utilizada:

A: Defendo um internacionalismo ousado e progressivo, que contrasta fortemente com o frequentemente beligerante e míope unilateralismo da atual administração.

B: Vamos sozinho.

Essas citações são “claras” à sua maneira. A pessoa A descreve uma imagem vívida e elabora os detalhes. Isso é precisão. A pessoa B destila a mensagem em poucas palavras simples, para que você não precise pensar muito. Isso é fácil.

A pessoa A foi John Kerry em 2004, e a pessoa B foi George Bush.

Bush venceu.

Bush também dominou o tipo específico de clareza que mais importa para o design de produtos. Ele facilita as coisas para nós; se precisássemos de um dicionário, agora não precisamos mais.

Aqui está o principal insight para clareza funcional: a leitura exige esforço.

Você já sabe disso intuitivamente, mas vamos tentar um exemplo concreto. Você provavelmente tem o Instagram no seu smartphone. Você já leu os termos de serviço? A resposta é quase certamente “não”. Não é porque os termos não são importantes, mas porque são necessários 86 minutos para lê-los, sem incluir as visitas ao dicionário. Esse é obviamente um caso extremo. Os aplicativos não pedem que você gaste uma hora e meia lendo para começar a usá-lo. Mas, às vezes, você vê coisas assim:

Este aplicativo está tentando transmitir conveniência, e essa mensagem está perdida. Veja, eles dizem como é conveniente no segundo parágrafo, mas é muito trabalhoso chegar lá.

Se você tornar sua escrita um trabalho árduo, as pessoas desistem e o ignoram completamente.

A maioria dos projetos de UI design se dá com palavras simples e frases curtas, portanto as que você escolhe são importantes. Obviamente, você deve usar palavras que as pessoas entendam no contexto. Para obter pontos extras, você pode até usar palavras que são mais fáceis de ler. Diga isso em voz alta, o mais rápido possível: I slit a sheet. A sheet I slit. And on that slitted sheet I sit.”.

É um trava-língua. Cada palavra é fácil de dizer por si só, mas quando você as reúne, fica difícil. Você precisa colocar sua boca na forma correta rapidamente, ou pode acabar falando “merda” por acidente. Você poderia esperar que trava-línguas seriam fáceis de ler se você não tivesse que lê-los em voz alta.

E, no entanto, ainda lutamos. A pesquisa em ergonomia mostra que trava-línguas levam mais tempo para ler em silêncio do que outras frases complicadas. Um estudo de pesquisadores da Universidade de Illinois descobriu que, quando lemos trava-línguas silenciosamente, ainda cometemos alguns dos mesmos erros de quando falamos em voz alta. Efeitos semelhantes podem ser observados em vários idiomas. Isso ocorre porque a leitura silenciosa está tão enraizada em nossa fala que ao ler ou até mesmo ao pensar, seguimos o ritmo da nossa respiração, como se estivéssemos falando em voz alta.

Na Universidade da Califórnia, em São Francisco, um laboratório de neurociência colocou eletrodos no cérebro das pessoas, e pediu que elas lessem em silêncio. Eles descobriram que mesmo a leitura silenciosa envolve muita ação em lugares que você não pode esperar, como nas regiões sensório-motoras. Seu cérebro ainda está pensando em como os músculos da boca precisam se mover; você está basicamente falando, mas mantendo isso para si mesmo. Os trava-línguas são difíceis porque as instruções de como mover a língua se confundem, mesmo que você não a esteja mexendo. A lição aqui é que a leitura é um processo ativo,  e seu cérebro está trabalhando de maneiras que você pode não perceber. Podemos usar esse conhecimento para criar um design melhor: fazendo sua escrita mais fácil de ler ao torná-la mais fácil de falar.

Por um lado, é bom usar palavras comuns e com as quais seu público esteja familiarizado. “Iniciar” geralmente é melhor do que “inaugurar”. Você também pode procurar palavras com uma forma distinta. No contexto certo, “imprimir” e “cancelar” são fáceis de reconhecer apenas a partir de sua forma.

Por outro lado, evite palavras difíceis de dizer, porque o que é difícil de dizer é difícil de ler. Diga estas palavras em voz alta: “Anêmona”. “Oryctolagus”. “Criptomoeda”. É difícil dizer essas palavras, e você deve pensar duas vezes antes de usá-las em um produto.

Esse conselho funciona para projetos simples, como você pode ver nos botões ou na navegação, mas às vezes você precisa expressar ideias mais complicadas. Descobri que os contos de fadas oferecem uma fonte atraente de inspiração; eles transmitem gerações de sabedoria tão claramente que até uma criança pode entender. É mais fácil mostrar do que explicar.

O imperador Carlos Magno, já em avançada idade, apaixonou-se por uma donzela alemã. Os barões da corte andavam muito preocupados vendo que o soberano, entregue a uma paixão amorosa que o fazia esquecer sua dignidade real, negligenciava os deveres do Império. Quando a jovem morreu subitamente, os dignitários respiraram aliviados, mas por pouco tempo, pois o amor de Carlos Magno não morreu com ela. O imperador mandou embalsamar o cadáver e transportá-lo para a sua câmara, recusando separar-se dele. O arcebispo Turpino, apavorado com essa paixão macabra, suspeitou que havia ali um sortilégio e quis examinar o cadáver. Oculto sob a língua da morta, encontrou um anel com uma pedra preciosa. A partir do momento em que o anel passou às mãos de Turpino, Carlos Magno apressou-se em mandar sepultar o cadáver e transferiu seu amor para a pessoa do arcebispo. Turpino, para fugir àquela embaraçosa situação, atirou o anel no lago Constança. Carlos Magno apaixonou-se então pelo lago e nunca mais quis se afastar de suas margens.

Este é um texto pesado. Existem algumas palavras de impacto  e temas muito profundos. Se você ficar sentado por alguns momentos, encontrará algumas idéias realmente sombrias e complicadas sobre coisas como amor, poder, desejo e tristeza. E, no entanto, é fácil de entender. Essas idéias são expressas por meio de exemplos concretos, e há uma lógica precisa. A história se divide em uma série de eventos simples e discretos, e isso é reforçado pelo ritmo do próprio texto. Cada frase sai da língua, e leva você de uma ponta a outra da história.

O ritmo está enraizado nas tradições faladas, e a maneira mais fácil de sentir isso é ler o texto em voz alta. Curiosamente, os leitores da Grécia Antiga valorizavam tanto o ritmo do texto que muitas vezes repetiam passagens em voz alta uma dúzia de vezes. Eu tentei isso com o conto de fadas acima e marquei as batidas que me pareciam naturais. Os resultados são parecidos com letras de músicas.

Fiquei impressionado ao saber que Aaron Sorkin, roteirista de The West Wing e The Social Network, escreve seu diálogo no ritmo de uma música, para assim para dar uma cadência distinta.

Como é isso no design? Aqui está um exemplo de um site popular. Você pode dizer que é importante, porque tem uma borda vermelha. E não uma, mas duas equipes de televisão. Também tem muito texto para ler, para algo que parece urgente.

Eu procurei pelo ritmo. Enquanto o leio, parece com o gráfico abaixo. Comparado com o conto de fadas, você pode ver que quem o escreveu não estava prestando atenção ao som da escrita (ou talvez não tenha funcionado comigo). Para o meu ouvido, é grosseiro e sem forma.

E então há essa encantadora embalagem da Warby Parker. Agora eu sei mais sobre a Warby Parker do que sobre minha própria história familiar.

Aqui está outro exemplo do jogo Alto´s Odyssey .

Para resumir: Seja claro.

Não há mágica nisso. Lembre-se de que o seu leitor está ocupado tentando realizar suas próprias tarefas. Fácil de ler significa fácil de usar.

Seja Amigo

O próximo princípio é ser amigo do seu leitor.

Lemos muita sobre a intenção social em nossas interações com a tecnologia. Somos animais sociais, afinal.

No desenvolvimento infantil, a fala interior vem após o estágio em que percebemos que outras pessoas têm seus próprios pensamentos e sentimentos. Alguns pesquisadores acreditam que adquirimos vozes interiores internalizando nossas conversas com outras pessoas.

Um laboratório de neurociência da Universidade de Durham descobriu que, quando ouvimos vozes internas, nosso cérebro parece simular outras pessoas falando. É quase como se estivéssemos conversando com um amigo imaginário.

Isso tem lições para o design do produto. Ser amigo exige mais do que um tom amigável: significa desempenhar um papel ativo de apoio. Você é um anjo no ombro do seu leitor, que está lá para ajudá-lo a alcançar os objetivos dele.

Pesquisadores da Universidade de Michigan colocam as pessoas em situações estressantes, como falar em público. Eles disseram a um grupo para se prepararem falando para si mesmo, o que geralmente significa dizer “você”. Pense em frases como “você entendeu” ou “você precisa ser mais rápido na próxima vez”. O segundo grupo foi instruído a se dirigir a si mesmo na primeira pessoa, como em “eu entendi” e “preciso ser mais rápido na próxima vez”. As pessoas que usaram a primeira pessoa se sentiram piores e passaram mais tempo pensando nos seus erros. Como regra geral, fale com seu leitor como se estivesse sentado em frente a ele. “Você.”

Isso entra em um aspecto conversacional muito real para a maioria das interfaces, e acho que devemos abraçar isso no design do produto.

Há muitas maneiras de fazer isso.

Celebre as realizações do seu usuário. Compartilhe a alegria deles.

Você pode baixar a guarda e ocasionalmente levantar a voz. Imagine que você acabou de descobrir que está entre os melhores escritores do Medium. O Medium é um serviço de leitura, por isso, geralmente usa uma linguagem mais “silenciosa”, mas esse é um momento genuinamente tweetável, então colocamos um ponto de exclamação.

Por outro lado, não seja rude. Nunca diga algo que não diria pessoalmente. Imagine como você se sentiria se tentasse acessar um arquivo e visse esta mensagem:

Imagine tentar acessar sua conta de seguro e errar sua senha. Como você se sentiria se o aplicativo fizesse um relato sobre todos os erros que você cometeu desde a terceira série? Não é algo legal.

Tente ser educado e escreva de boa-fé. Se houver uma interrupção no Medium, por exemplo, as primeiras palavras são geralmente “Perdoe a interrupção”, porque você está obviamente ocupado lendo naquele momento.

Aja como o ser humano que você é. Escreva para ajudar os seus leitores. Seja humilde e respeitoso, e escreva como se você não estivesse se comunicando em grande escala.

Para recapitular: Seja claro. Seja amigo. E…

Seja expressivo

Eu tenho pensado em ciência, mas esta assunto nos aproxima da arte. O que torna um produto memorável geralmente se resume à nossa percepção da personalidade.

A voz é um instrumento expressivo, e você pode aprender a tocá-lo. Qualquer voz tem seu próprio conjunto de características e associações qualitativas distintas. Aqui está um exemplo dramático: ” Meu nome é Bond. James Bond”. Você provavelmente leu isso com uma voz interior muito específica.

Pense em como é distinto ouvir diferentes pessoas falando. Reserve um momento e imagine o texto abaixo sendo lido por Scarlett Johansson, com sua voz profunda e rouca:

Olá, olá!

Em seguida, imagine que está sendo lido por Samuel L. Jackson:

Olá, olá!

É uma experiência qualitativamente diferente. Pesquisadores da Emory University descobriram que sua percepção sobre quem está falando realmente muda a maneira como você lê. Se você imagina alguém que fale rápido, por exemplo, na verdade você lê mais rápido.

Ao escrever “copys” no Medium, às vezes imaginei Malcolm Gladwell como um ponto de referência. Admiro a maneira como ele comunica ideias abstratas por meio de observações simples. Ele pode ser provocador, o que inspirou detalhes como este paywall:

Isso também nos deu licença para se divertir com brincadeiras, como esses pequenos recursos que colocamos no final dos e-mails diários.

O contexto é importante em tudo isso, porque a voz que você emprega deve fazer sentido onde você a usa. Você pode me dizer quem disse essas palavras imortais?

Siga a missão recomendada para progredir e obter mais recompensas!”

Você ficaria chocado ao descobrir que esse era Abraham Lincoln, o 16º presidente dos Estados Unidos, excelente orador e protetor da União.

Compare a frase acima com esta, de um jogo semelhante,  que também é um acerto.

O Spotify costuma fazer escolhas expressivas muito sutis. A maioria dos aplicativos usa frases como “com base na sua audição”. O Spotify diz “inspirado”. As playslists geralmente vêm com cabeçalhos espirituosos, que refletem como você está no seu dia. Eles transmitem a personalidade de alguém que é genuinamente apaixonado por música.

Compare isso com a comunicação de outros serviços similares abaixo. Eles são geralmente bem projetados e funcionalmente equivalentes ao Spotify. Entretanto, no fundo, não confio nas recomendações deles da mesma maneira.

Obviamente, existem outras maneiras de trabalhar expressivamente com as palavras.

Tipografia é literalmente como você vê as palavras. O tamanho, o peso e a opacidade da fonte são maneiras fáceis de fazer com que qualquer tipo de letra fale alto ou baixo. Isso parece alto:

E isso parece uma fala mansa.

Considere as qualidades únicas de cada tipo de letra e o que diz sobre a voz. É redondo e brincalhão?

Ou é caligráfico e elegante?

Observe o contraste de suas tacadas, o formato de suas esporas, o ângulo de suas barras transversais e como fica quando você olha de soslaio. Esses detalhes técnicos informam como ela atinge você no momento. Elas ajudam você a imaginar o timbre da voz.

E não esqueça a bagagem que qualquer tipo de letra específica possa ter. Os designers amam Helvética, mas também é o tipo de letra oficial da Receita Federal americana. Dependendo de para quem você está fazendo o projeto, pode acidentalmente evocar a voz errada.

Alguns produtos equilibram muitas vozes. A tipografia pode ajudar a mantê-los distintos para os seus leitores. Por exemplo, o Medium faz uma distinção nítida entre a voz da plataforma e as vozes dos escritores que compartilham suas histórias.

Considere o design (rejeitado) abaixo. O texto de segundo plano é uma história da comunidade, e o primeiro plano é um “call to action“da equipe de produto. Ambos usam a fonte Charter em diferentes pesos. Há um botão claro no qual você obviamente deve clicar, mas ele fala com uma voz ambígua. Parece que o escritor está tentando vender alguma coisa.

Este é um desafio fundamental para uma plataforma construída com base nas vozes dos escritores. Usamos a fonte Noe para representar a voz do Medium em casos como esses. Noe é um tipo de letra pontuda e opinativa, muito distinto dos textos feitos com a Charter.

Geralmente, usamos a fonte Noe em um Z-index para deixar claro que é uma voz diferente se comunicando. A Noe pode parecer distante, então escrevemos em um tom leve e a associamos a ilustrações divertidas.

Ao abordar o texto com atenção para a voz do produto, você encontrará novas camadas de textura para explorar através do design. Isso se traduz em uma experiência mais rica para o leitor.

Palavras de despedida

Quero deixar algumas palavras sobre porque tudo isso importa. Os menores detalhes da tecnologia podem ter grandes implicações.

Recentemente, descobrimos que milhões de pessoas tinham dados pessoais íntimos expostos a terceiros, e cada uma delas “concordou” em permitir que isso acontecesse. Há muitos fatores em jogo em uma situação como essa, mas é fácil ignorar o papel das interfaces escritas. O design das permissões de dados seguiu padrões estabelecidos do setor, e estas não priorizavam a clareza ou os interesses pessoais do usuário.

Infelizmente, exemplos como esses não são incomuns, e certamente podemos fazer melhor. É útil ter princípios. Assim, você lembrá o que você deve às pessoas para as quais você faz projetos de design.

Seja claro. Ajude seu leitor a entender informações essenciais.

Seja amigo. Ajude seu leitor a atingir seus objetivos.

Seja expressivo. Dê ao seu leitor algo significativo.

As palavras são a ferramenta mais poderosa que temos. Use-as bem.

O autor deste texto é Benjamin Hersh.

A publicação original está no link abaixo.

The Riddle of UX Writing

Bancos brasileiros e Páginas 404. Como o UX Writing pode transformar esse cenário.

O UX Writing ainda não faz parte do dia a dia dos maiores bancos do Brasil. É isso que podemos provar ao verificar as Páginas 404 dos principais sites desses gigantes do mercado financeiro. Segundo a Accenture, o investimentos dos bancos em TI chegaram a US$ 1 trilhão nos últimos três anos. Se essa montanha de dinheiro fez a diferença para aumentar a diversidade de serviços, o mesmo não é possível afirmar sobre usabilidade.

Já é possível verificar, tanto em sites nacionais como estrangeiros, como o papel do UX writing é fundamental para auxiliar os usuários no momento em que eles não conseguem acessar o que desejam. Hoje, não basta apenas usar um texto padrão, como “Page Not Found” ou “Error 404”. É preciso ter empatia – e simpatia – por quem vai usar o serviço.

Infelizmente, no Brasil, o cenário ainda está longe do ideal. Caso os clientes dos principais bancos que atuam no país cometam um simples erro ao digitar o URL no browser ou acessarem uma página inexistente, isso pode ser um problema. Na maioria dos casos, o usuário não saberá o que fazer, tamanha a falta de compromisso das empresas em relação a esse assunto.

UX Writing. Feito para você….mas só se acessar a página certa do seu banco.

As Páginas 404 dos bancos brasileiros são uma prova de que o profissional de UX Writing tem um enorme campo de atuação ainda inexplorado. Mesmo que seja apenas um tópico entre tudo o que envolva usabilidade, é um sinal claro de que em corporações com altos investimentos há muito trabalho a ser feito.

1 – Itaú

Ao digitar errado alguma URL no site do Itaú, o usuário é levado de imediato para a home.

Não há nenhum problema nesses casos. Por outro lado, uma pagina 404 pode ser também uma ótima oportunidade de relacionamento. A página poderia ter a seguinte informação, por exemplo:

Desculpas, esse erro é nosso.

Facilitar seu dia a dia é a missão do Itaú.

Você deve estar à procura de um desses serviços.

Conta| Cartão de crédito |Boletos| Comprovantes

(Inserir uma lista mínima com o link dos principais serviços)

Quer conhecer outros?

Veja nossas soluções.

(Inserir um botão)

Além apresentar empatia pelo cliente, essa proposta de página ajudaria o cliente a realizar algum progresso dentro do site, e não o deixaria perdido. Sem contar que a própria página 404 se tornaria uma ferramenta de branding.

Nesse caso, podemos usar três dos principais pilares do UX Writing.

PALAVRA + EMPATIA + ESTRATÉGIA.

2 – Banco do Brasil

A página 404 do site do Banco do Brasil é muito funcional quanto à usabilidade. Está tudo lá. A informação de erro, uma ferramenta de busca para auxiliar o cliente e um link para a página inicial.

Seria interessante, principalmente para um banco público, avaliar se realmente é necessário informar o código de erro. É importante destacar que, diferente das instituições privadas, o Banco do Brasil atende aos mais distantes municípios brasileiros, formados em sua maioria por uma população de baixa renda. Além de ser irrelevante, essa informação pode ainda confundir o público.

3 – Banco Bradesco

Parece que os R$ 25,89 bilhões de lucro foram insuficientes para que o Bradesco pudesse investir em UX Writing. O formato da página 404 do portal do banco é no melhor estilo anos 90.

Escrita em inglês e com informações irrelevantes para o usuário, não apresenta nenhuma empatia por quem procura os serviços da instituição. Sem dúvida, é uma excelente oportunidade para que o banco transforme essa experiência ruim em uma oportunidade de promover sua marca.

4- Caixa Econômica Federal

A página 404 do site da Caixa tem pontos positivos. Mesmo que o cliente tenha digitado algo errado, ele tem acesso aos links dos principais serviços oferecidos pelo banco, além de uma ferramenta de busca. A frase “Tivemos alguma dificuldade em acessar o endereço que você solicitou!” é importante porque tira a responsabilidade do erro do usuário.

Por outro lado, não há necessidade de inserir um ícone – quase sem nenhum contraste – como um ponto de exclamação no meio da página, assim como no fim da frase. Isso pode ser resolvido de forma simples, ao colocar uma foto no background de duas pessoas dentro da agência, e com uma frase menor, incluindo um pedido de desculpa e sem o ponto de exclamação. Assim, a informação se torna mais leve e o usuário pode continuar a sua busca sem nenhum problema.

5 – Santander

Outra ótima oportunidade para se investir em UX Writing é o site do grupo espanhol Santander. A Página 404 do banco apresenta inúmeras sugestões de serviços para o cliente, além de uma ferramenta de busca. O que faltou, como se diz na publicidade, é um pouco de “molho”.

Escrever apenas “Página não encontrada” é muito pouco para um banco que investe tanto em comunicação. Em vez de escrever apenas “Veja as sugestões abaixo”, o ideal seria seguir com o conceito da campanha. Exemplo:

“O que a gente pode fazer por você hoje? Veja as sugestões abaixo”.

Além de tornar a informação mais simpática, apresenta mais uma vez a maneira como o banco que ser relacionar com seus clientes.

6 – Banco Safra

A página 404 do Banco Safra, assim como todo o site da instituição financeira, necessita de um investimento em usabilidade. O portal apresenta um design nada moderno, e caso o usuário digite a URL errada ou alguma página esteja fora do ar, não há nenhuma informação que possa ajudar o cliente.

Como vários concorrentes já investem em conteúdo, usabilidade e até UX Writing, já está na hora do Banco Safra também proporcionar a melhor experiência para seus clientes também em ambientes online.

7 – BTG Pactual

Parece que equipe que fez a página 404 do Banco do Brasil é a mesma do BTG Pactual. Dessa vez, é importante destacar como o uso de palavras negativas pode ser evitado. Assim, uma experiência ruim pode ser tornar algo positivo. É isso que afirma John Ekman, em seu artigo para a revista UX Magazine.

Alguns anos atrás, enquanto eu fazia o check-in no aeroporto de Estocolmo, a caminho dos EUA, perguntei à mulher no balcão se seria possível obter um upgrade para a classe executiva. A resposta dela: “Sinto muito, mas isso não é possível. Você deve pagar a mais por isso”. Ao fazer o check-in para o voo de volta, tentei novamente, mas dessa vez a resposta foi: “Claro, senhor! Como você gostaria de pagar por isso?”

Portanto, mesmo que a disponibilidade de assentos e a possibilidade de atualização sejam iguais, recebi duas respostas completamente diferente: uma “sim” e outra “não”.

No caso da página 404 do BTG Pactual, é claro que quem criou o texto participou da equipe de T.I. É apenas uma informação padrão, incapaz de gerar relacionamento ou promover a marca. Outro detalhe é esse “Oops!”, encontrado tanto no site do BTG Pactual quanto no do Banco do Brasil. É importante perguntar: isso está no manual de marca das empresas? Faz parte do tom de voz?

Difícil acreditar que duas instituições financeiras, por mais que façam parte do mesmo mercado, tenham um tipo de comunicação idêntica.

Quanto mais baixo o ativo do banco, menor é investimento em UX Writing.

A lista de páginas 404 apresentadas seguiu a ordem de ativos em bilhões de reais dos bancos do Brasil. Por isso, o primeiro banco avaliado da lista foi o Itaú. Isso não significa que falte dinheiro para investimentos em usabilidade e UX Writing. Talvez, quem sabe, não há interesse dessas corporações em fazer investimentos nessa área. Cabe a nós, profissionais de conteúdo, designers, entre outros, mostrar a eles como esses detalhes, que a princípio parecem pequenos, podem fazer a diferença na rotina de seus clientes.

Veja algumas das páginas 404 de alguns bancos do Brasil, além de um breve comentário sobre cada um deles.

Banco Votorantin

Funciona como o site do Itaú. Em caso de erro, o usuário é levado para a página inicial. Sem relacionamento, sem informação, sem branding.

Citibank do Brasil

A página 404 do Citibank do Brasil apresenta a seguinte pergunta: “Podemos ajudá-lo a encontrar algo?”.  Só que não é algo tão simples assim. Já no rodapé, há um texto que pede para cliente verificar a URL ou selecionar uma das opções do mapa do site abaixo.

Abaixo, está o mapa do site. O usuário que lute.

Se você se sentiu perdido, tenha certeza que não é o único. Além disso, abaixo da frase “Página não encontrada”, há outro texto com a mesma informação que nada ajuda o cliente.

Desculpa – sua pesquisa resultou um erro 404, o que significa que a página não foi encontrada.

Assim como nas páginas 404 do Banco do Brasil e BTG Pactual, tudo indica que a equipe de T.I se tornou a responsável pela criação dos textos. Mais uma vez, faltou criatividade, empatia e cuidados com a usabilidade.

Banco do Nordeste

A página 404 do Banco do Nordeste informa que o “recurso requisitado não foi encontrado”. Será que para os clientes, a maioria do nordeste do país, a informação fez algum sentido?

No livro “Em Busca de Boas Práticas de UX Writing”, Bruno Rodrigues comenta sobre o tema.

“O regionalismo é um dos grandes perigos: fale ‘vire à direita e pare no sinal’ em São Paulo, uma cidade em que o termo ‘sinal’ é compreendido de outra forma e o termo utilizado ´farol’ (‘sinal’ é usado no Rio de Janeiro). Evite suposições, então: pesquise.

Outro detalhe importante é a falta de claridade na informação. Qual recurso não foi encontrado? É assim que o usuário conversa?

Provavelmente, não.

Esse é só um pequeno exemplo do que pode ser melhorado nessa página 404. Há outros itens como UX Writing, usabilidade, empatia, arquitetura da informação que podem muito bem ser trabalhadas para ajudar ainda mais o usuário.

Ooops! Nem tudo está perdido.

Se o UX Writing ainda não chegou aos grandes bancos do Brasil, é importante destacar o trabalho de instituições financeiras que já nasceram no mundo digital. É o caso do Nubank.

Veja a página 404 do banco.

Se o cliente não conseguiu encontrar tal página, tudo bem. Ele também não encontrará no Nubank “tarifas escondidas” ou “boletos chegando pelo correio”. Esse é um exemplo muito bom de como uma empresa usou um espaço considerado “inútil” para promover os seus valores e seus serviços.

A única consideração é sobre o maior mistério do UX Writing no Brasil: Por que a maioria dos textos de páginas 404 começa com “Oops”? Talvez seja o momento perfeito para usarmos ainda mais nossa criatividade.

Conclusão:

Ainda há um longo caminho para o UX Writing se firmar como realidade nas maiores instituições financeira do Brasil. Isso tem um lado bom. É uma grande oportunidade para inúmeros profissionais se dedicarem ao estudo dessa área tão recente e que ainda está em seus primeiros passos no país.

Referências:

How to Write Good Error Messages

https://uxplanet.org/how-to-write-good-error-messages-858e4551cd4

How to create great error pages

https://uxdesign.cc/how-to-create-great-error-pages-b2de5e5daca8

10 great examples of 404 error pages

https://uxplanet.org/10-great-examples-of-404-error-pages-6dff84eea87d

6 best practices for 404 pages with killer UX

https://uxplanet.org/6-best-practices-for-404-pages-with-killer-ux-d9305db19ad9

How to write the perfect error message

https://uxplanet.org/how-to-write-the-perfect-error-message-ffc132fda06a